domingo, 25 de novembro de 2007

O limite entre o céu e o inferno

Os ambulantes do centro de Ribeirão também vigiam os fiscais, e quando chegam eles saem.

“Olha a chuva! E o rato corre do gato”, foi assim que o Jornal A Cidade iniciou a matéria sobre a “guerra” entre camelôs e a Fiscalização Geral de Ribeirão Preto na edição on-line (24).
A matéria revela o interior da relação entre fiscalizado e fiscalizador. Os camelôs têm até “olheiros” embutidos no meio da multidão que circula no centro o dia todo. A hora do almoço dos fiscais é a preferida e utilizada como marcação para iniciar o serviço no calçadão, eles trabalham em média oito horas diárias, que vai das 11h às 19h.
Há também uma “espécie de pacto”, na qual os camelôs se retiram dos pontos conforme a perua da fiscalização adentra o calçadão. Além disso, os vendedores ambulantes, mantêm uma certa organização do espaço: não podem vender em frente a vitrines e nem disputar cliente com loja, o centro é dividido entre, ouro, prata e bronze. O melhor lugar são os quarteirões entre a Rua Amador Bueno e a loja Magazine Luiza.
Outro fato interessante é a preocupação dos vendedores em não serem pegos, o medo de perder os produtos não se compara com a do material de trabalho, a cada apreensão o valor dobra e depois de algumas vezes o preço da multa para retirar os equipamentos supera o próprio e mesmo assim eles voltam para buscar numa “questão de respeito”.
Os ambulantes fazem parte do dia-a-dia dos freqüentadores do centro, muitas pessoas apóiam e outras criticam, o importante é sempre terem consciência da influência que o mercado informal tem sobre a arrecadação de impostos do governo e como o consumidor paga no final.

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