sábado, 16 de junho de 2007

Saiba como superar as perdas

”Aceitação normal da perda varia de um a dois anos”

De acordo com o psicanalista José Roberto Muniz, a perda é a aceitação das limitações impostas pela realidade. “A maturidade na criança nada mais é do que a expansão das suas possibilidades, dos seus potenciais, de como aprender a caminhar, a falar e a se adaptar.
O especialista explica que a realidade é poder e saber conjugar seus potenciais com as limitações que a realidade impõe.”

“Um grande exemplo disso acontece na adolescência. Observamos que o comportamento geral do adolescente é de risco porque ele está em plena expansão e a realidade impõe esses riscos”, esclareceu.
O médico reafirmou que o adolescente acha que nunca vai acontecer algo com ele e sempre está querendo romper com os limites nos esportes radicais. De acordo com o profissional a qualidade de vida que temos hoje está diretamente ligada à capacidade das pessoas de aceitar os seus limites. “Viver bem é saber administrar perdas. Quanto melhor a pessoa souber administrá-las, melhor a adaptação na vida”, garantiu.
“O primeiro passo é aceitar o fato, pois não adianta ficar chorando sobre o leite derramado. Esse processo de elaborar a perda chama-se luto”, esclareceu.
Segundo o Dr. José, a pessoa pode apresentar um quadro de depressão ou desinteresse pela vida em geral, resultado de uma não aceitação da perda. “A vida passa a ficar sem sentido porque a pessoa não tem mais uma perna, ou não pode andar, ou perdeu o cônjuge de 30 anos e não aceita. Essa situação torna-se patológica e a pessoa começa a ter doenças que podem variar inclusive para o desenvolvimento de um câncer”, alerta.
O especialista faz questão de esclarecer que, por conta da depressão, o sistema imunitário da pessoa é inibido, levando o organismo a ter menos defesas orgânicas e anticorpos para lidar com situações de adoecimento. Isso faz com que a pessoa fique mais suscetível e vulnerável. “Não estou dizendo que isso vai acontecer com todo mundo. Pode acontecer com alguns indivíduos, dependendo de como cada um vai reagir a situações de perda”, acentua.

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